A taxa Selic Copom (Comitê de Política Monetária) teve um aumento de 11,25% para 12,25% ao ano, marcando a terceira elevação consecutiva.
A elevação de 1 ponto percentual foi acima das expectativas do mercado e reflete uma postura mais agressiva do Banco Central para conter a inflação e corrigir as expectativas econômicas.
Alta agressiva para conter inflação
Desde o início do ciclo de alta, em setembro, a taxa Selic Copom subiu progressivamente: primeiro com um ajuste de 0,25 ponto percentual, seguido de 0,50 ponto em novembro.
Agora, o ajuste dobrou em resposta a um cenário econômico mais turbulento. Essa foi a última reunião comandada por Roberto Campos Neto, presidente do BC, antes de Gabriel Galípolo assumir a liderança da instituição em janeiro.
Impactos fiscais da taxa Selic Copom e cenário externo desafiador
O cenário econômico apresenta sinais mistos. O PIB registrou crescimento de 3,3% de janeiro a setembro de 2023, enquanto no terceiro trimestre houve avanço de 4% em relação ao ano anterior.
Apesar disso, a inflação segue acima da meta. Em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,39%, levando a inflação acumulada no ano para 4,87%.
Outro ponto de atenção é o impacto da política fiscal. A dívida pública alcançou R$ 9 trilhões em outubro, equivalente a 78,6% do PIB.
A percepção negativa do mercado sobre o pacote fiscal proposto pelo governo, que visa economizar R$ 70 bilhões em dois anos, gerou efeitos adversos nos preços de ativos, nas expectativas de inflação e na taxa de câmbio.
Caso o cenário não melhore, se prevê mais dois ajustes de 1 ponto percentual na taxa Selic Copom.
No cenário externo, o dólar atingiu R$ 6,08 na segunda-feira (09/12/24), reflexo das incertezas econômicas nos Estados Unidos e da expectativa em torno da política do Federal Reserve (Fed).
Essas condições aumentam os desafios para o Brasil, que enfrenta um ambiente global volátil.
Com a decisão unânime, o Copom reafirma seu compromisso de reduzir a inflação ao nível da meta, mesmo diante de um cenário interno e externo desafiador.
A continuidade do aperto monetário dependerá do comportamento da inflação e das expectativas econômicas nos próximos meses.